"A vida é um instante de raio na imensidão do céu e sua origem está nas grandes tempestades" (A canção de uma alma: da arte de aprender a voar com asas de metal)

sábado, 11 de junho de 2016

O belo em Aristóteles.



“As supremas formas do belo são: a ordem, a simetria e a proporção, e as matemáticas os dão a conhecer mais do que todas as outras ciências” – Aristóteles, Metafísica, XIII, 3, 1078b, 35).
A estética de Aristóteles definiu o belo como um conjunto de relações formais que são constantes em uma série de objetos diferentes. É uma definição muito aplicada na produção das artes visuais desde os gregos. Explicitamente ou não, grande parte da produção visual dos gregos, góticos, renascentistas e muita arte moderna utilizou-se de aspectos formais de ordem, simetria e proporção como uma norma criativa.
O primeiro dos conceitos que, segundo Aristóteles, pode qualificar uma obra como bela é o conceito de ordem. A ordem é a disposição metódica dos elementos visuais segundo certas relações preestabelecidas. Pressupõem-se, aqui, duas situações distintas. Primeiro, um elenco de elementos visuais que possam ser arranjados, isto é, cores, formas, pinceladas etc. Em segundo lugar, um conjunto de normas sob a determinação das quais aqueles elementos são arranjados.
Na história da imagem, a geometria era a principal norma sob a qual se organizavam os elementos visuais com o intuito de obter ordem. A geometria funcionaria como uma espécie de pano de fundo, de estrutura, sobre a qual os elementos visuais eram dispostos. A imagem cujos elementos visuais fossem organizados de acordo com uma estrutura geométrica era considerada bela, dentro desta tradição estética.

Na pintura acima, A Sagrada Família Canigiani, de Rafael, pode-se perceber, que há um triângulo sobreposto à pintura.
É denominada simetria a semelhança entre objetos (ou partes de um objeto) que estejam posicionados em lados opostos de uma linha média. Por exemplo, um rosto é simétrico. Se traçarmos uma linha imaginária desde a testa, passando pelo nariz, e terminando no queixo, veremos que os olhos se posicionam simetricamente de um lado e do outro daquela linha.


Na pintura As três Graças, de Rafael, pode-se ver como o artista desdobrou a composição simetricamente em torno a um eixo vertical que correspondente ao corpo da Graça que está de costas para o observador. Os gestos das outras duas Graças repetem-se, de um lado e de outro a este eixo vertical, como se fora um espelho.
A proporção é estabelecida a partir da comparação entre duas medidas. Tomadas duas medidas quaisquer – a altura e a largura de uma pessoa, por exemplo, ou a altura da cabeça de uma pessoa e a altura de todo o seu corpo, ou a largura do olho e a largura da cabeça etc. - estabelece-se um denominador com o qual se equiparam as duas medidas entre si.
As proporções mais simples são as razões numéricas da ordem de 1:1, isto é, a primeira medida considerada é igual à segunda medida; 1:2, onde a primeira medida é a metade da segunda e assim por diante.


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